Antes de continuar nossas lendas londrinas temos que falar da passagem pela imigração na chegada à Inglaterra. Passagem pela imigração aliás que já se tornou perrengue cotidiano para a grande maioria dos portadores do passaporte Verde. Como dissemos aqui, pouco antes de nossa viagem, a passagem pela imigração era um problema sobre o qual nosso comentarista DryDrum's Popcorn já havia tocado o terror. E, olha que quando ele foi para a Ilha tinha tudo nos conformes, ia fazer curso de Inglês e tudo mais. Mesmo assim, diz o Pipoca, se me lembro bem, que nas duas vezes que ele passou pela imigração houve quiprocó, interrogatório e etc. Além deste caso concreto do DryDrum's nós saímos daqui de Lisboa com outro exemplo. Uma estudante de doutorado sanduíche conhecida nossa havia acabado de chegar de Londres e narrava os mesmos problemas que o Pipoca. Tinha tudo correto mas passou por interrogatório de uma hora e meia na imigração com direito à revista de bagagem e muita falta de educação por parte dos "profissionais" da fronteira inglesa. Enfim, íamos com esta sombria perspectiva. De tal forma que já estávamos prontos a retornarmos para o Porto caso a imigração em Bristol (nosso vôo era Porto-Bristol) viesse com falta de educação e tudo mais. Afinal, havíamos pago somente quarenta euros pela passagem de ida e volta para duas pessoas e seria tranquilo pagar um adicional para a RyanAir (uma das empresas similares à nossa Gol aí no Brasil) e antecipar nosso retorno a Portugal para o mesmo dia de nossa chegada. De qualquer forma, vejam vocês que do ponto de vista de quem está indo fazer turismo, gastando grana na terra dos caras, toda esta expectativa negativa já é um absurdo. Enfim, pousamos na Terra da Rainha (ou dos Beattles, como queiram), um pouso aliás nada confortável, o cidadão que estava pilotando deixou o avião entrar literalmente de lado na pista, o bicho tocou o solo com uma só roda e pareceu demorar meeeeia hora para tocar a outra roda, depois ainda ficou balançando de lá para cá um tempão, coisa horrorosa. Depois deste pouso nada salutar era hora de enfrentar a famigerada imigração. E, lá fomos nós. Em geral existe sempre uma divisão com duas filas para os passaportes da "Comunidade Européia" e "Todos os outros passaportes", sendo que a primeira fila costuma andar sempre mais rápido. Desta vez, pelo contrário e para nosso espanto, a fila de todos os outros passaportes andou muito mais rápida. Ou seja, neste vôo do Porto para Bristol só uma pequena minoria de passageiros, nós entre eles, era não Comunitária. Em poucos segundos estávamos frente a uma típica funcionária pública, toda uniformizada, e que não demonstrava ser muito experiente no cargo. Ela nos perguntou se éramos casados e depois o que iríamos fazer, obviamente respondemos we'll spend a week doing turism in London e, quando ameaçamos tirar mais documentos para demostrar nossa residência aqui em Portugal, notamos que ela ficou nitidamente constrangida com a situação de bisbilhotagem e por isso foi dizendo que não era necessário mostrar documentos e daí foi logo metendo o carimbão nos dois passaportes com validade para entrada de seis meses. E foi isso. Por pura sorte mesmo não tivemos nenhum problema em nossa entrada. E, olha que depois já em Londres ficamos sabendo de outro brasileiro que passou sufoco na imigração ao chegar na Inglaterra. O rapaz é universitário brasileiro que está fazendo curso em La Coruna na Espanha, documentação toda em dia e ficou sendo interrogado por mais de uma hora na imigração, tendo sua babagem também revistada com direito a muita falta de educação por parte dos oficiais de fronteira. Ah! E o detalhe é que este jovem estava viajando com seu avô que é português, imaginem só! Depois deste sufoco o rapaz que parecia resistir à idéia de pegar a cidadania portuguesa confessou que vai mesmo aderir ao passaporte Vermelho de Portugal. No limite, acho que é isto que o presente e o futuro reserva à grande maioria de nós Brasileiros. Nós, nossos filhos, netos e bisnetos todos sendo interrogados e barrados nos aeroportos do tal "Primeiro Mundo". Triste Fim de Policarpo Quaresma...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário