Atendendo aos milhares e milhares de pedidos e clamores acerca de uma postagem kantiana que fizemos algum tempo atrás (não leu? não se lembra? clique aqui) onde ressaltávamos que o Prefácio da Segunda Edição da Crítica da Razão Pura escrito por Kant em 1787 é sem dúvida alguma o texto curto e compacto mais fantástico de todos os tempos e quiçá esteja posto como a Estrutura Singular dos Indiscerníveis, Estrutura Singular dos Pensamentos in quantum Pensamentos, ou seja, aquilo que está Entre o Meio e todos os seus Fins. Na internet circula uma versão da Crítica em português de Portugal que infelizmente não contém este Prefácio. Algo que na especulação deste blogueiro é o mesmo que servir arroz sem feijão. Neste sentido, se algum de vocês possuir uma versão digital da Crítica que esteja completa em português nos avise. Até lá vamos lançando páginda por página deste Prefácio aqui neste espaço. Ah! Por que o texto é tão extravagantemente genial? Simples. Parece-nos que aqui o Filósofo pensa numa taxa de compressão tão gigantesca que consegue realizar o impossível, rasurar a si mesmo, ou melhor, resumir a si mesmo, resumir sua própria e primeira Pessoa, a Crítica, sua persona por excelência. Ao fazer isto o Filósofo torna-se concretamente outra Pessoa, uma outra Pessoa que vê-lê/ouve/fareja/tateia e mastiga a si próprio de forma devastadora, Kant incorpora a si próprio tornando-se mesmo outra Pessoa, em Segunda Edição. Agora, mais alucinante ainda é que deste primeiro salto, ao impor tal (com)pressão a seu próprio pensamento fazendo surgir neste ato uma Pessoa que é pura ignificação de si, Kant atinge então o impensável, atinge a própria impropriedade de si mesmo tornando-se agora um Elemento ImPessoal (Universal!?). Enfim, para tentar figurar o que estamos tentando murmurar aqui basta você pensar num Triângulo. Pensou? Dois exemplos clássicos de Triângulos conhecidos pelo Blog seriam Pai-Filho-EspíritoSanto e a tal Onto-Theo-Logia. Pois bem. Agora basta trans-formar este Triângulo numa (simples) Linha através de um-múltiplo movimento contínuo. Pronto. É só isso... Ah! Já ia esquecendo de um detalhe. Em algum lugar que não me lembro agora o Heidegger elogia este texto, e mais dois outros, como sendo dos principais de Kant. Porém, lá pelas tantas Heidegger diz que "como todo mundo sabe" todo prefácio é escrito a posteriori e que por isto este prefácio kantiano representaria um ente-em-totalidade e, é claro, justamente por isso ele, Heidegger, faria uma introdução livre (geral) da Crítica antes de entrar no tema propriamente dito. Ora, ora! Tentar tirar a Posição lógica e discursiva de Kant em relação ao seu próprio pensar com esta historinha para boi dormir de que todo Prefácio é um "ente-em-totalidade" pode funcionar com as negabelha dele mas não aqui neste espaço digital. Com todo respeito por Sein und Zeit mas vá ser descarado e 171 assim lá na China!
OBS: este post é homenagem ao meu grande Amigo torcedor do Fluzão LMLemgruber que a mais de dez anos me alertava para Kant e a Kritik!
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